Como descobrir um Hobby?

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Como descobrir um hobby é um tema bastante pesquisado e muitas pessoas chegam até os atendimentos psicológicos com a perspectiva de que não fazem nada por puro prazer.

Justamente por isso, é interessante considerar qual a sua forma de ver determinadas ações e comportamentos, bem como a maneira que se relaciona com as atividades diárias.

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A partir disso, algumas percepções começam a diferir do “antes” e ainda traz a vantagem de felicidade, passatempo e distração da rotina. Esta que por vezes é cansativa e estressante.

O que é hobby? Exemplos

Primeiramente, hobby é uma palavra “emprestada” do inglês e que não possui uma tradução literal funcional para o Brasil, mas alguns sinônimos que facilitam a compreensão.

Assim, na língua inglesa, o termo vem com o sentido de “passatempo”. Podendo ser utilizado de diversas maneiras.

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Dentro dessa ideia, a palavra é principalmente atrelada a atividades de curta duração (não sendo uma regra), mas que são feitas no tempo livre e sem nenhum tipo de obrigação. Portanto, tudo aquilo que você faz “porque precisa fazer”, não é considerado como hobby.

Por outro lado, esse conceito tem mudado um pouco nos últimos anos e vamos falar mais sobre isso abaixo.

Neste primeiro momento, cabe dizer que essa palavra surgiu no século XVI, escrita “hobyn” na época, e fazendo referência a um pequeno cavalo ou até mesmo a um pônei. Mais tarde, a palavra foi substituída por “hobby horse” e usada para falar daqueles cabelos feitos de madeira com o qual as crianças brincavam.

Dessa forma, foi neste momento que a ideia em torno do termo começou a mudar, adotando um aspecto de diversão, passatempo e lazer.

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Se não há tradução, como podemos entender o hobby?

Bom, de forma prática, o hobby é uma atividade que pode ser praticada em grupo ou individualmente, no tempo livre e com o objetivo de reduzir o estresse, melhorar o humor, distrair ou gerar sentimentos positivos.

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Vale dizer que o “tempo livre” não significa exatamente quando todas as demais atividades do dia foram realizadas e “sobrou 30 minutos antes de dormir” (ainda que isso possa acontecer). O tempo livre também pode ser programado.

Em uma rotina saudável, por exemplo, são definidos os horários para as refeições, trabalho, serviços gerais e também um espaço para as coisas que gosta e quer fazer, que são os hobbies.

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A mudança do termo nos últimos anos

A realidade é que o passar dos anos traz coisas novas que podem demorar algum tempo para serem entendidas. Logo, é preciso entender que existem alguns pontos importantes sobre o assunto.

Em primeiro lugar, a ideia central é que o hobby não represente nenhuma obrigação, trabalho ou compromisso que não possa ser adiado ou alterado.

Isso quer dizer que você pode ou não fazer, que não há problema em deixar de lado quando o cansaço for maior que o desejo de se distrair, que não haverá prejuízos e que o principal ganho seja emocional/mental.

Em segundo lugar, o hobby deve ser uma atividade que você realmente goste, seja fazendo sozinho ou em grupo. Podem existir vários hobbies e você pode decidir qual deles fazer dentro da sua rotina para alcançar o objetivo de passatempo, relaxamento e redução do estresse.

Com isso, existem diferentes tipos de atividades, desde as puramente manuais ou práticas até aquelas que envolvem o intelecto.

Em terceiro lugar, atualmente sabemos que diversos hobbies podem gerar algum tipo de lucro, mas esse nunca deve ser o seu objetivo. Justamente por isso, se o hobby começar a se tornar uma obrigatoriedade, significa que ele deixou de ser um passatempo e se tornou um trabalho.

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Por exemplo, você pode ter como hobby fazer crochê e, para não ter muitas peças em casa sem usar, acaba doando algumas, dando de presente outras e até vendendo aquelas que ficaram.

Isso pode ser feito até para ajudar a manter essa atividade, usando o dinheiro para comprar mais linhas. Mas lembre-se: se fazer com foco em vender para ganhar dinheiro, começar a se sentir pressionado a fazer por conta dos pedidos ou quaisquer outros aspectos desse gênero, o crochê deixou de ser um hobby.

Importante

Com a mudança no cenário de trabalho dos últimos anos, principalmente com o advento da internet como meio de “ganhar dinheiro”, muitas pessoas começam a praticar algum hobby e descobrem que aquilo pode ser uma profissão ou uma fonte de renda extra.

Nesses casos, é preciso ficar atento a forma como se comporta ou mesmo quais são os sentimentos aliados a essa atividade. Se continuar sendo divertido, sem uma pressão e estresse gerado por uma “necessidade”, pode continuar sendo um passatempo. Exemplo disso são os indivíduos que jogam cartas.

Um exemplo interessante aqui inclui o surgimento de novas tecnologias. O sistema Linux, por exemplo, era apenas um hobby de um aluno de programação. Além disso, muitos “corpos celestes” foram descobertos por amadores que estavam apenas observando as estrelas, relaxando e se divertindo com os pontos de luz.

Exemplos

Existem milhares de hobbies que você pode começar a praticar. Por isso, vamos falar mais sobre como descobrir o seu abaixo.

Aqui, vale destacar alguns dos mais conhecidos e praticados pelo público, masculino e feminino, sem qualquer tipo de distinção. Inclusive, o hobby não precisa ser algo muito específico, sendo mais abrangente e envolvendo várias atividades (ou não) dentro de uma categoria.

Dessa forma, alguns exemplos de hobbies incluem:

  • Praticar esportes ou fazer atividades físicas;
  • Desenhar;
  • Fazer comida;
  • Cantar;
  • Dançar;
  • Tirar fotos;
  • Praticar atividades de relaxamento, como meditação e ioga;
  • Andar a cavalo;
  • Pescar;
  • Jogar videogames;
  • Jogar cartas;
  • Tricô, crochê, amigurumi e similares;
  • Tocar algum instrumento musical;
  • Escrever;
  • Pintar;
  • Estudar algum assunto;
  • Ver filmes, séries, podcasts, etc;
  • Ler;
  • Fazer trabalhos voluntários;
  • Aprender outras línguas;
  • Caminhar, fazer trilhas e visitar outros lugares;
  • Cuidar de uma horta e jardins;
  • Pescar;
  • Praticar jogos mentais, como palavras-cruzadas, sudoku, memória, dominó, etc;
  • Fazer algum tipo de artes marciais;
  • Dançar;
  • Ensinar o que sabe para outras pessoas;
  • Nadar;
  • Andar de bicicleta, skate e outros;
  • Ouvir músicas; 
  • Visitar espaços, como museus;
  • Fazer bijuterias;
  • Aprender mais sobre a história, mundo, curiosidades, etc;
  • Fazer parte de grupos, como rodas de conversa, discussão de livros, etc;
  • Fazer itens de artesanato, como velas aromáticas, sabonetes, resina e outros;
  • Decorar/mudar a casa ou itens da casa e milhares de outros.

Além disso, dentro de alguns desses hobbies, você pode descobrir outros. Por exemplo, muitas pessoas não gostam de tirar fotos, mas passam horas se divertindo ao editar e criar algo único.

Qual hobby as pessoas mais gostam?

Na psicologia sempre falamos sobre a questão da individualidade. Ou seja, cada pessoa é única e pode gostar de algo bastante específico.

Ao mesmo tempo, mesmo quando duas pessoas compartilham um gosto em comum, por alguma atividade, as sensações, sentimentos e experiências relacionadas a isso são distintas.

Você pode pintar ou desenhar porque consegue colocar suas emoções “para fora” de um jeito mais funcional, reduzindo o estresse e carga emotiva. Outro sujeito pode fazer a mesma atividade porque apenas pintando/desenhando fica com a mente mais silenciosa, reduzindo a ansiedade e elevando a produção de hormônios relacionado ao bem-estar e prazer.

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Por isso, se você tem dificuldade para entender as emoções relacionadas a uma atividade, até para saber se gosta ou não, é interessante consultar um profissional. Principalmente se não consegue se desprender do trabalho e tem problemas com estresse, ansiedade e esgotamento.

Enfim, alguns dos hobbies mais comuns entre as pessoas são:

  • Atividades físicas, artes marciais e treinos em geral;
  • Preparar comida;
  • Yoga, meditação e pilates;
  • Instrumentos musicais;
  • Atividades manuais, como crochê e pintura.

Ao mesmo tempo, alguns que vem crescendo no último ano estão relacionados a moda, arte, viagens e filantropia. Este último relacionado a participar de associações, grupos de apoio, etc.

Como descobrir um hobby?

A descoberta de um hobby nem sempre é algo fácil. Seja por uma dificuldade em entender aquilo que realmente gosta sem atrelar isso a ganhos financeiros ou “conquistas”. Bem como por uma ideia moderna de que tudo deve ter algum tipo de retorno.

Da mesma maneira, muitas pessoas começam a realizar algo como um atividade de lazer e, a longo prazo, se torna uma atividade cansativa, que gera uma grande cobrança ou que eleva o seu estresse.

Neste cenário, é essencial um equilíbrio e conhecimento sobre o assunto e uma perspectiva diferente sobre aquilo que está fazendo.

Para mudar isso, confira algumas dicas práticas de como começar a descobrir aquela que pode ser a sua atividade para distrair, ficar feliz, reduzir todo o cansaço do dia e muito mais.

1# Entenda a sua rotina e como ela realmente funciona

Se você não sabe como a sua rotina funciona, provavelmente não saberá o que faz por uma obrigatoriedade, quais as sensações ligadas a cada uma delas ou outros dados essenciais.

Portanto, o primeiro passo é fazer essa avaliação, que também vai te ajudar a identificar como o equilíbrio e as emoções são importantes para questões mentais e físicas.

Sendo assim, considere seus horários, atividades obrigatórias no dia, refeições, pessoas que fazem parte desse círculo diário, quanto tempo fica no celular, etc.

Muitas vezes, você nota que o trabalho causa cansaço mental/físico e estresse, mesmo que seja positivo. As pessoas desse ambiente podem causar mais estresse e até ansiedade, disputas e mais.

Logo, em todos os intervalos que tem fica no celular, para distrair da rotina ou mesmo para fazer outras coisas que precisa, mas se sente bem ao comer e ao chegar em casa, tomar um banho quente e sentar no sofá.

Uma dica interessante é fazer um diário de campo: anote seus horários e as emoções que têm ao final das atividades.

2# Considere quais são as atividades que faz sem retorno financeiro direto

Após a realização desse diário de campo, você pode ver que faz alguma atividade que causa uma sensação positiva sem um retorno financeiro direto.

Por exemplo, fica feliz e relaxado ao chegar em casa, tomar um banho quente, sentar no sofá e ligar a TV. Como resultado, sempre que possível faz isso. Ou mesmo ao fazer um crochê ou jogar um jogo online e ganhar “moedas”.

Inicialmente, pode ser difícil encontrar essa atividade, seja porque não faz nenhuma no dia ou mesmo por liga-la a outras coisas e pessoas.

Algumas pessoas só sentam para ler ou ver um filme se o parceiro também o faz, não sobre tempo na rotina diária ou por qualquer outra questão.

Nesses casos, é preciso considerar se o tempo não sobra por falta de organização, porque “perde tempo com outras coisas”, bem como deixar de colocar essa responsabilidade sobre o outro. Faça mesmo sozinho ou busque outras pessoas, como grupos de leitura online, fóruns de discussão, etc.

3# Hobby de infância ou coisas novas

Uma dica para descobrir hobbies é lembrar aquilo que fazia enquanto era criança e que lhe fazia feliz. Afinal, naquele período ainda não havia responsabilidades financeiras, mas brincadeiras.

Talvez você não goste mais de brinca de bonecas, carrinhos ou na terra. Mas pode gostar de mexer com as peças, criar seus próprios funkos, roupas, colecionar ou restaurar, etc.

Mas você também pode começar a experimentar coisas novas e se colocar em situações fora da sua zona de conforto, o que pode ser um pouco ruim inicialmente.

Então, você pode começar a aprender crochê, desenhar, ler algum livro de algum assunto que aguce sua curiosidade, etc. Coisas que geralmente não faz e sempre considerando como se sente.

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Tenha em mente que o hobby deve ser capaz de relaxar, reduzir o estresse e ansiedade, promover a sua sensação de bem-estar e prazer ou mesmo garantir um “desligamento” das outras coisas.

4# Organize sua rotina

Mesmo sabendo o que você gosta de fazer, nada disso funciona se você não organizar o seu dia, para ter tempo de realizar todas as atividades e ainda praticar seus hobbies.

Assim, tudo começa com a avaliação do que faz no dia (considere a primeira dica) e comece a organizar seus horários. Lembre-se de nunca desistir quando acontecer o primeiro erro ou deslize, isso acontece.

Em seguida, organize seus horários a partir das atividades obrigatórias.

Por exemplo, se o seu trabalho começa as sete e você precisa sair de casa as seis, então defina o seu horário de acordar para ter tempo de tomar um café e se trocar com calma. Ao mesmo tempo, isso já ajuda a definir o seu horário de dormir.

Lembre-se que o sono é essencial para a estabilidade e saúde humana, sendo ideal dormir em torno de sete horas por noite.

Agora avalie demais horários, como almoço e jantar, bem como o a hora que chega em casa. Suponha que você chegue as quatro horas.

Então, o que faz primeiro é organizar a casa, colocar a roupa para lavar e já separar o que vai jantar. Depois, toma um banho e termina sua refeição as sete. Se for dormir as dez, são três horas para realizar as demais coisas, como estudar, arrumar algo para outro dia, tirar a roupa do varal, etc.

Talvez você não tenha uma hora completa para tricotar, pintar, ler um livro ou jogar, mas pode fazer isso por 30 minutos. A sua vida mudará gradualmente de forma positiva.

Na prática, faça aquilo que te faz bem mesmo que o espaço de tempo seja pequeno. Faça isso diariamente e, mesmo se não der algum dia, siga com o que foi possível e faça no próximo.

Hobbies e Saúde Mental

Atividade física, trabalhos manuais ou passatempos quando integrados ao estilo de vida da pessoa, tem uma importância muito grande na qualidade de vida e demonstram o autocuidado que possui. O mais importante é fazer atividades que tragam uma boa experiência e satisfação, mas quando se tornam obrigações e não se tem mais prazer, é importante repensar.

Caso tenha dúvidas e queira saber mais sobre esse tipo de conteúdo, conheça o Blog Fepo e já confira os profissionais disponíveis online para atender você como se sentir mais confortável.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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