Consulta com psiquiatra: o que fazer, perguntas comuns e dicas para se preparar

A consulta com psiquiatra é um assunto que pode causar uma série de sensações e dúvidas. Seja por não entender exatamente como essa ação profissional ocorre, quando é indicada, por que determinadas perguntas são realizadas e mais.

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Justamente por isso, é importante que você tenha as respostas que está procurando, acabando com alguns mitos e medos incertos. Ao mesmo tempo, separamos aqui os tópicos mais relevantes sobre o assunto e já convidamos você a buscar o melhor suporte psicológico para o seu caso.

Então, vamos começar! 

O que falar com médico psiquiatra?

Os pacientes “de primeira viagem” sempre ficam com dúvidas ao conversar com um médico. Inclusive, isso pode surgir em qualquer tipo de consulta.

Por exemplo, a primeira vez que você vai sozinho até um clínico geral ou mesmo doar sangue, todas as perguntas parecem um tanto excessivas e, há situações, em que mal sabemos o que responder. Principalmente quando essas questões envolvem familiares, histórico genético e coisas do tipo.

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No caso dos psiquiatras, que não são consultas “habituais”, como um clínico geral, há um misto de incerteza e ansiedade.

Em outras palavras, você pode se sentir um pouco desconfortável, na defensiva ou não saber o que exatamente será questionado e como se comportar.

Dessa forma, a regra é básica: seja sincero.

Independentemente de qual questão for levantada durante qualquer tipo de consulta, responda de forma clara. Se não entender a pergunta, diga que não entendeu, que não tem certeza sobre a resposta ou mesmo que precisaria conversar com terceiros.

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Por exemplo, se o psiquiatra perguntar se há casos de depressão na família, e você nunca ouviu o assunto, diga exatamente isso: que o assunto nunca foi comentado internamente.

Ademais, vem a questão de o que falar em uma consulta com psiquiatra.

Na prática, se você chegou a este profissional, é por ter alguns sintomas ou mesmo por indicação de outros, como um psicólogo, clínico ou mesmo familiares e amigos. Logo, é provável que você tenha reunido alguns pontos a serem levantados na consulta. Para esclarecer isso, separamos três pontos importantes:

Entenda o que a psiquiatria faz

O psiquiatra é o profissional da área médica (ramo da medicina) responsável pelo tratamento de desordens comportamentais e mentais. Ou seja, não atua unicamente com doenças psíquicas graves.

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Frequentemente, o maior volume de pacientes envolve depressivos leves, dependentes químicos, ansiedade, bipolaridade e mais. Inclusive, é mais difundido quando há necessidade de medicação, mas não se resumo a isso. Cada caso é único.

Diferença do psicólogo e psiquiatra

O psicólogo é formado em psicologia. O psiquiatra se formou em medicina e fez residência em psiquiatria. Portanto, ramos distintos.

Esses dois profissionais atuam com distúrbios mentais/comportamentais e, em alguns casos, atuam de forma complementar.

Em resumo, o psiquiatra foca na visão médica, sintomas físicos e emocionais, e como eles afetam o indivíduo, na prescrição, mudança ou extinção medicamentosa e mais. Já o psicólogo, tem foco nos aspectos físicos, emocionais, sociais, demandas diárias, diagnósticos, mudanças de hábitos, perspectivas e assim por diante. Para saber mais sobre terapia, confira um post completo aqui.

O que falar na consulta com psiquiatra

Enfim, na consulta, você deve falar tudo aquilo que lhe aflige, que suspeita, medos e outros assuntos.

Por exemplo, se foi até ali por indicação de outro profissional, fale sobre isso e diga quais foram os sintomas que levaram a essa indicação. Por outro lado, se tem um histórico familiar de distúrbio mental, diga qual é, como afetou a sua família e seus medos em relação a isso.

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Muitas vezes, os pacientes chegam na consulta com o anseio de desenvolver uma determinada doença, buscando formas de prevenção e autocuidado, bem como suspeita por “sintomas” que surgiram.

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Em todos os casos, seja sincero sobre o assunto, não esconda nenhuma informação e fale abertamente sobre o tema.

Quais são as perguntas de um psiquiatra?

As perguntas de um psiquiatra são as mais variadas, dependendo o caso, histórico apresentado e até o motivo pelo qual você o procurou. Dessa forma, cada atendimento é único.

Geralmente, algumas perguntas de praxe servem para direcionar a conversa e facilitar as primeiras sessões e/ou anamnese. Algumas das perguntas são:

1# No que posso ajudar ou o que lhe trouxe até aqui?

Essa é a pergunta de “apresentação”, ou seja, é ela quem direciona o tom da conversa e traz os principais medos, dúvidas e motivos à tona.

Dessa maneira, essa pergunta é focada em você e nos seus sentimentos, emoções, sintomas e perguntas. Fale sobre todas elas de forma clara. Inclusive, uma dica para aqueles que esquecem com facilidade ou ficam nervosos é anotar em papel antes da consulta.

2# Há quanto tempo isso vem acontecendo?

Essa é uma pergunta simples, mas que pode fazer muitos pacientes refletirem sobre o assunto.

Afinal, com uma rotina atribulada, nem sempre notamos alguns sintomas que vão surgindo gradualmente. Como resultado, acabamos notando apenas quando atrapalha a rotina, prejudica as relações ou afeta o emocional.

Dessa forma, se souber exatamente quando começou a aparecer, fale de forma clara. Entretanto, se não tiver certeza, também esclareça isso e fale sobre o momento em que começou a notar.

O tempo é importante para montar um quadro dos seus sintomas, avaliar questões de personalidade ou possíveis estressores, sofrimentos diários/antigos, etc.

3# Tem ou já teve algum problema de saúde, emocional ou físico?

Por atuar na área médica, o psiquiatra quer saber mais sobre todos os aspectos físicos e mentais, além do seu estado emocional atual.

Dessa forma, é comum que essa pergunta apareça e que alguns pacientes fiquem confusos, já que vão até ali para falar de algum sintoma ou condição específica. Porém, é essencial apresentar um panorama geral da sua saúde.

Sendo assim, fale tudo: tratamentos anteriores, medicações que já tomou e mais, mesmo que não ligados diretamente a saúde mental. Ou seja, cirurgias, tentativas de engravidar e/ou abortos, etc.

Essa investigação profunda é essencial para garantir o seu bem-estar.

4# O que você fez para tentar mudar ou melhorar essa situação?

Essa pergunta serve para direcionar a consulta com psiquiatra, para entender melhor a sua condição atual, tentativas que deram certo ou não, erros do processo e mais.

Por exemplo, se você já teve alguma questão envolvendo luto e está passando por isso novamente, fale o que fez anteriormente que lhe trouxe conforto ou não, dificuldades, enfrentamento e assim por diante. Tudo é válido!

5# A consulta com psiquiatra envolve falar sobre históricos

O histórico se refere ao quadro geral da sua saúde mental, bem como de familiares. Em resumo, converse sobre situações que já possam ter acontecido, mesmo aqueles não diagnosticados.

Na prática, se você ou algum familiar já passou por um tratamento mental, tem casos de distúrbios ou sintomas, o profissional deve saber disso. Incluindo casos de depressão e ansiedade, crises de pânico ou sofrimentos psíquicos leves.

Essa investigação permite que o profissional crie um panorama de toda a sua saúde e os desafios que pode ter vivido, mesmo indiretamente.

Importante

É comum que o psiquiatra solicite alguns exames, como de sangue, cardíaco, de imagem e outros. Esses exames servem para descartar algumas condições orgânicas ou genéticas não diagnosticadas.

O que um psiquiatra observa em um paciente?

Se você faz parte daqueles pacientes que ficam ansiosos antes da consulta, é natural pensar no que o profissional vai observar.

Portanto, além das perguntas comuns, de ordem pessoal, são solicitadas uma série de informações, criando um relatório. Frequentemente, essa entrevista é chamada de anamnese.

Simultaneamente, o psiquiatra observa possíveis comportamentos que possam indicar os sintomas que você diz, aqueles que passam desapercebidos, bem como a entonação da fala, tiques nervosos, etc.

No geral, o objetivo é que o profissional entenda melhor aquilo que está dizendo ou não, considerando aspectos de vigilância, atenção e foco, concentração e tenacidade.

Por exemplo, níveis de vigilância auxiliam a indicar se o excesso de estímulos externos é um problema na rotina ou mesmo quando há um rebaixamento no foco.

Nesse último caso, é comum a perda de prazos, dificuldade para manter uma atividade ou conversa, a sensação de estar continuamente se esquecendo das coisas, etc.

Portanto, são observadas a forma com a qual o paciente fala, se comporta, aquilo que está dizendo e como comunica aqui (como risos nervosos ou choro) e tudo o mais que for relevante de alguma maneira.

Quando é hora de ir ao psiquiatra?  

Entender quando é hora de ir ao psiquiatra nem sempre é algo fácil ou simples, principalmente para aqueles que nunca foram até uma consulta ou mesmo a um psicólogo.

Justamente por isso, a maioria dos pacientes chegam até este profissional por indicação de um clínico geral ou psicólogo e, na maioria dos casos, quando há um quadro depressivo.

Sendo assim, existem alguns meios de ajudar você a entender quando é hora de buscar essa atenção médica.

Primeiramente, se você tem casos de depressão, ansiedade generalizada, esquizofrenia e outros, ir até um psiquiatra antes de qualquer sintoma pode lhe ajudar a entender melhor a condição. Através desse conhecimento, fica mais fácil lidar, identificar e tratar.

Simultaneamente, se tiver um quadro diagnosticado ou uma suspeita de quaisquer condições mentais, principalmente quando gera sintomas físicos, procurar um psiquiatra o quanto antes é essencial para o seu bem-estar e qualidade de vida.

Assim, alguns dos sintomas que deve notar e falar ao profissional incluem:

  • Apatia constante;
  • Mudanças bruscas de humor;
  • Alterações graves na alimentação, como ficar o dia todo sem comer ou comer compulsivamente;
  • Tremores e suor sem motivos aparentes;
  • Insônia ou excesso de sono;
  • Irritabilidade excessiva, constante ou com explosões;
  • Tristeza contínua ou em picos;
  • Inquietação e problemas na concentração.

Importante

Muitas vezes, esses sinais não são notados pelos pacientes, mas por aqueles que ficam próximos a eles. Então, se terceiros confiáveis perguntarem sobre o assunto, fique atento e busque ajuda.

Por exemplo, uma baixa na produtividade sem motivo, associada a estresse, problemas no sono e irritabilidade, podem caracterizar um quadro de Burnout.

4 dicas para sua consulta com psiquiatra

Por fim, separamos algumas dicas valiosas para a sua consulta, seja a primeira, retorno ou em quaisquer outras situações.

Inclusive, essas dicas permitem que uma série de queixas comuns e problemas ocorram com você. Como aquela sensação de que o médico não escutou o que disse, que a consulta pareceu intimidadora ou mesmo a frustração por não ter tido a resposta que esperava.

#1 Prepare-se para a consulta

O primeiro passo é se preparar para sua consulta.

A dica aqui é que você saiba o que quer falar, anote tudo para não esquecer, fale o mais claramente possível e esteja pronto para responder qualquer pergunta que surgir. Mesmo que seja de assuntos delicados.

Se você tiver dúvidas sobre essa consulta, medos ligados ao que pode acontecer no futuro e coisas do tipo, converse com um psicólogo. Com isso, ele pode lhe ajudar a se manter mais calmo e evitar pensamentos negativos ou intrusivos.

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#2 Busque bons profissionais 

Ao considerar marcar uma consulta, inicia-se o processo de busca e seleção de profissionais. Principalmente se não teve uma indicação de outros clínicos ou terapeutas.

Dessa forma, confirme se ele tem o registro CFM e está ativo, se possui um registro de qualificação, chamado de RQE, e opiniões de terceiros. Atualmente, com sites de consultas online e redes sociais, dá para conferir rapidamente, inclusive no (ReclameAqui).

Além disso, se for na consulta e não gostar, sempre pode procurar outro.

#3 A consulta com psiquiatra vai além dos medicamentos

Não é porque está indo em um psiquiatra que vai tomar algum remédio. Isso pode ou não acontecer.

A consulta envolve entender padrões de comportamentos, emoções, o seu bem-estar e qualidade de vida, aspectos do cotidiano, históricos e mais. Inclusive, é natural falar sobre alimentação, atividades físicas e sono. Em suma, tudo isso é importante para o seu quadro.

#4 Faça todas as perguntas que surgir

Enfim, o profissional é a melhor fonte de informação, ou seja, é para ele que você deve perguntar se surgir dúvidas ou problemas durante um cuidado ou tratamento.

Isso significa perguntar o que surgir, desde uma palavra que não conhece e não sabe o significado, o que pode acontecer, expectativas em relação ao futuro, questões referentes a mudanças na rotina (como horários), etc.

Agora, para agendar sua sessão com um psicólogo online ou conferir mais dicas, aqui na Fepo separamos todos os conteúdos sobre saúde mental, bem-estar e mais!

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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