Me sinto muito inquieto

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Todo santo dia somos atolados de informações e obrigações excessivas, são cargas de tensão que nenhum ser humano deveria ter que lidar na vida. Hoje em dia o mundo exige isso, ele só não ensina como lidar com todo esse estresse. Um dos resultados disso é a inquietação, que nos faz perder o foco e ansiedade

Atualmente, seu dia a dia se consiste em que? Casa, escola, família, faculdade, trabalho, academia, expectativas, contas…? Em qual desses momentos você cuida de você? Você consegue realizar essas atividades uma de cada vez ou sua mente trabalha com mil problemas ao mesmo tempo? 

“Me sinto muito inquieto” é uma afirmação que ouvimos – ou falamos – mais vezes do que a “como lidar com as pressões do dia a dia”, não é mesmo!? Então agora vamos conversar um pouco sobre isso, para que esse seja um bom ponto de partida para o seu cuidado. 

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Me sinto muito inquieto: Sobre estar e se perceber inquieto

É importante entender que não há nada de errado em ter momentos de inquietação, onde ficamos analisando as situações que vivemos ou ter muitas ideias e pensamentos. Isso faz parte da vida, todos temos momentos assim. O problema é quando essas situações começam a acontecer a todo o momento, onde ficamos remoendo sentimentos e pensamentos a todo instante, chegando até a ficar incapacitados de realizar as atividades simples do dia a dia.  

Ficar inquieto 100% do tempo é desagradável, não permite que a mente descanse, levando mente e corpo a exaustão, seguida do adoecimento. O momento chave para buscar ajuda é quando você perceber que sua mente não descansa nem um pouquinho e o ‘me sinto muito inquieto’ vira rotina e não uma exceção.

Identificando o problema

Precisamos saber se essa inquietação que vem sentindo é uma reposta pontual a um evento vivido e será passageira, ou se ela é um processo de adoecimento mental. 

Essa dica serve para tudo o que fazemos na nossa vida, é o exercício de “prestar atenção à sua rotina”. Se pergunte algumas coisas, como: 

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Estou vivendo algo diferente nesse momento da minha vida?

Estou conseguindo me concentrar no seu trabalho, no meu estudo ou em uma conversa? 

As minhas atividades básicas também estão sendo afetadas ou só situações específicas?

A partir dessas perguntas você vai conseguindo filtrar e entender melhor do que se trata a sua inquietação. Se é uma inquietação normal ou patológica. Se ela está afetando vários seguimentos da sua vida, até mesmo te impossibilitando de dormir direito por muitos dias, você precisa procurar um psicólogo o mais rápido possível. Lembre-se que nem tudo se resolve com medicamentos. Precisamos aprender a lidar com nossos sentimentos e emoções. Ninguém melhor do que o psicólogo para te auxiliar nesse processo. 

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Efeitos da Inquietação

A inquietação na verdade é o resultado de um conjunto de fatores que de manifestam na mente, no corpo e nos relacionamentos. Normalmente são sinais de sofrimento e adoecimento mental, como a ansiedade, depressão e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). Para saber o melhor caminho a seguir é fundamental que você tente parar um pouco e perceber o que está sentindo de fato. Apenas definir esse sentimento como ‘inquietação’ é muito subjetivo, então aqui vão alguns sintomas que podem estar associados. Acompanhe:

– Mente agitada: Sensação de que a mente não consegue relaxar, mesmo você tentando, ela não ‘desliga’.

– Preocupação excessiva com o futuro: Você se preocupa e sofre muito com algo que vai demorar para acontecer e que talvez nem aconteça. 

– Coração acelerado: Você sente o seu coração batendo tão rápido que parece que você sente o som das batidas no ouvido. 

– Tremor nas mãos, nas pernas e no corpo: Seu corpo está tão tenso e sua mente agitada que você tem tremores e não consegue controlar. 

– Perna inquieta: Você fica mexendo as pernas/pés como se fosse uma maquininha e nem percebe.

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– Expectativas negativas: Você só se preocupa de forma negativa, como se nada que fosse acontecer na sua vida dará certo, sempre existe um problema. 

– Angústia e apreensão: A palavra fala por si, angústia é aquele sentimento horrível que você não consegue modular e nem explicar exatamente, é simplesmente uma angústia. 

 – Dificuldade para dormir: Você está exausto, mas sua mente está tão agitada que você não consegue dormir e quando consegue tem um sono muito agitado, acordando a todo momento. 

dificuldade de controlar pensamentos acelerados; 

Cuidando da Inquietação

Não existe uma receita única ou mágica. As pessoas lidam de formas diferentes com as situações da vida, existem pessoas que lidam bem e outras nem tanto, essas formas de lidar são referentes aos nossos processos cognitivos.

Existe uma coisa que chamamos de ‘inteligente emocional’. Já ouviu falar? 

Essa inteligência é a responsável por definir como responderemos as emoções da vida. Criado em 1990 por Peter Salovey e John Mayer esse conceito é descrito em 4 diferentes habilidades:

1)Percepção de emoções: é a parte responsável por dizer se percebemos nossas emoções, é muito comum que nem demos conta das emoções que estamos sentindo. Então aqui podemos saber se as pessoas percebem que estão sentindo essas emoções.

2)Uso de emoções: Depois de perceber ou não as emoções, precisamos saber e avaliar como se dá o uso dessas emoções. Ex: quando você está com raiva, como se comporta? Você se isola? Você surta? Você quebra tudo?

3)Compreensão de emoções: Aqui é a parte que compreendemos de onde vem e o significado de cada emoção. Isso não significa que conseguiremos lidar bem com elas. Aqui é apenas a compreensão dos sentimos. Ex: Estou angustiado porque estou atrasado e tenho muito trabalho para entregar em um prazo muito curto.

4)Gerenciamento de emoções: Aqui é a cereja do bolo, onde vemos como lidamos com essas emoções. Aqui é onde fica visível o efeito dos sentimentos em nós, gerenciar não significa que você deixa de sentir tais emoções, você apenas lida de maneiras diferentes de acordo com o quanto você desenvolver essas habilidades. Ex: Eu perdi uma competição e estou extremamente frustrado. Posso gerenciar e externalizar isso como impaciência, grosseria, dor de cabeça, desconforto estomacal…ou entender que estou bravo por perder, mas que isso faz parte da vida e do processo. 

As pessoas que mais têm sua inteligência emocional desenvolvida são mais capazes de processar e assimilar seus sentimentos e emoções, possibilitando que a sua forma de lidar seja mais adaptável e racional aos acontecimentos da vida. 

Além de saber lidar com esses sentimentos, é de fundamental importância nos permitir sentir, muitas vezes represamos sentimentos (negativos ou positivos), só que ao agir dessa maneira esses sentimentos não desaparecem, eles só acumulam e encontraram outra forma de sair, e é aqui que os problemas aparecem. Ex: Somos ensinados a ser fortes, a não chorar, a não demonstrar ‘fraquezas’, só que na verdade isso não existe, e sofrer, chorar, desistir…fazem parte da vida e precisamos viver esses processos. Imagina o sofrimento que é para alguém que perder alguém que ama e não pode chorar e viver seu luto? 

Permita-se e Cuide-se! 

Essas são algumas dicas que podem te ajudar a lidar com essas situações, mas não busque lidar com elas sozinhas, busque a ajuda de um psicólogo. Esse profissional existe para isso! 

Boa sorte! 

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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