O faz um Psicanalista? Descubra mitos e verdades da área

O psicanalista, geralmente, se apresenta como uma figura imponente, altamente capacitada, mentalmente imbatível nos filmes e séries. Aliás, é comum encontrar o profissional sentado lateralmente ao paciente, que fica deitado em um divã.

Toda essa imagem é característica da área, que ganhou os holofotes com Freud e garantiu o nascimento de uma área voltada unicamente para o estudo da mente, com enfoque no inconsciente.

psicanalista

Mas será que tudo aquilo que nos é mostrado nas telas realmente condiz com a realidade? É pensando nessa questão, e nas dúvidas e mitos do tema, que separamos esse post aqui.

Então, vamos entender qual é a função, formação e atuação desse profissional. Bem como algumas peculiaridades e indicações importantes, que podem mudar à sua maneira de ver e procurar auxílio psicológico.

O que é um Psicanalista

Antes de mais nada, o psicanalista é o profissional da psicanálise. Ou seja, você precisa entender esses dois termos para não confundir a atuação ou mesmo o funcionamento das famosas sessões.

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Com isso em mente, tudo começou no final do século XIX na cidade de Viena. O foco era explorar a subjetividade humana, algo completamente novo e um método totalmente original.

O nascimento da área é ligado a Freud, um médico neurologista e psiquiatra judeu, chamado de Pai da Psicanálise.

Já a construção de todas as ideias partiu de um sistema aberto e variável, mas que se tornou clínica quando necessário. Inclusive, teve ajuda de Breuer para desenvolver o método catártico, conhecido até hoje por estar associado a hipnose. 

O mais importante aqui é que você saiba que esses estudos tinham como objetivo auxiliar na compreensão dos traumas, pensamentos e comportamentos disfuncionais. Para isso, entendiam que era essencial conhecer a origem das coisas.

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Então, segundo a psicanálise, tudo aquilo que o ser humano é ou faz tem a influência da força do inconsciente. Essa “força” seriam as memórias, impulsos e desejos.

Abaixo vamos destacar alguns aspectos essenciais desse campo, mas isso permite que você compreenda melhor o papel do psicanalista em toda a sua atuação.

Na prática, o psicanalista é o profissional de saúde mental que atua com base na psicanálise, estudando a psique humana. Para isso, avalia o “eu” do paciente.

Frequentemente, o papel do psicanalista é facilitar o processo do indivíduo de se autoconhecer, bem como questionar problemas, comportamentos, traumas e outras questões internas.

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Assim, é possível desenvolver relações mais saudáveis e se libertar de coisas ou ações nocivas.

Qual a formação de um psicanalista?

Diferentemente de outras áreas psicológicas, o psicanalista não é, obrigatoriamente, um indivíduo que fez o curso de Psicologia.

Em síntese, o pré-requisito básico é ter algum curso completo superior, independentemente da área. Tendo essa graduação, você faz o Curso Livre de Formação em Psicanálise, que envolve a teoria e técnica.

Logo, você inicia as suas sessões de psicanálise, que deverão ser feitas durante o curso e também em toda a sua atuação enquanto profissional.

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Entretanto, visando uma experiência mais ampla e um conhecimento mais profundo, o ideal é que a graduação seja em alguma área do conhecimento humano, como medicina ou psicologia.

Cabe destacar que algumas instituições requerem graduações especificas. A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo exige que um dos cursos que o interessado tenha seja em psicologia, medicina ou outra área de humanas. Como história, filosofia, sociologia e antropologia. 

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Psicólogo x Psicanalista x Psiquiatra: afinal, o que faz cada um?

Não é incomum que todos esses termos fiquem confusos em um primeiro momento. Afinal, poucas pessoas realmente entendem o que cada profissional faz.

De maneira geral, dizemos que os três campos atuam no tratamento de problemas que envolvem a mente e/ou emocional.

Por outro lado, a formação, método e abordagem são completamente diferentes. Sendo assim, vamos resumir brevemente cada uma delas:

  • Psiquiatra: formado em medicina e atuante na área médica/mental, com especialização ou pós na área. Por isso, é o psiquiatra que receita medicamentos;
  • Psicólogo: formado em psicologia e não atuante na área médica, mas mental. Não receita remédios e foca nos processos mentais/comportamentais para estabilizar, proporcionar “curas” e melhoras;
  • Psicanalista: formado na área da psicanalise e não atuante na área média, mas mental. Também não receita remédios e seu foco está na psique/inconsciente humano e suas manifestações.

Qual é a função de um psicanalista? 

O psicanalista é um profissional voltado para a saúde mental humana.

Em síntese, sua função é auxiliar o paciente na busca por respostas, para resolver inquietações, dúvidas, medos e traumas.

Simultaneamente, promove uma melhora em quadros específicos, como medos e transtornos, auxilia nas dores psicológicas e utiliza-se de técnicas para desvendar o inconsciente.

Então, o profissional é capacitado para cuidar de uma série de transtornos que envolvem a saúde mental, como a Ansiedade e Depressão, vícios em geral, problemas para viver em sociedade, disfunções sexuais e muitas outras. Como, por exemplo:

Ao mesmo tempo, a função do psicanalista envolve cuidados rotineiros, mesmo quando não há um diagnóstico de transtorno. Dessa forma, auxilia na compreensão do eu, na definição de limites pessoais e profissionais, avaliação de ambientes e pessoas, dentre outras.

Como funciona esse atendimento?

De maneira geral, o atendimento psicanalítico funciona em sessões, sendo que a regularidade varia conforme a necessidade de cada paciente. Alguns, vão uma ou até três vezes na semana, enquanto outros fazem manutenção a cada dez dias, por exemplo.

Mas, diferentemente de outras abordagens, a psicanálise foca no relato do paciente para chegar a algum lugar. Justamente por isso, é essencial que você fale durante as sessões.

Além disso, existem diversas abordagens usadas por este profissional durante os atendimentos. O uso é definido conforme a receptividade, histórico e queixas. Afinal, cada indivíduo é único em suas particularidades.

Neste cenário, algumas das abordagens mais comuns são:

Associação livre

Sendo a mais conhecida e usada desde o surgimento dessa ciência por Freud, a associação foca em fazer o paciente falar aquilo que lhe vem a mente, sem ficar elaborando o pensamento.

Para isso, é comum que o psicanalista peça para o paciente responder ou falar alguma coisa logo após dizer uma palavra ou levantar um assunto. Isso traz um aspecto de correspondência que, para o indivíduo, faz algum sentido.

Frequentemente, é através da associação livre que diversas questões surgem. Como medos e dificuldades.

Transferência

Na psicanálise, a transferência é usada como forma de trazer coisas que estão escondidas à tona.

Portanto, é indicado ao paciente transferir medos e desejos, ou mesmo sentimentos e situações do passado, para o momento presente. Isso permite que o profissional avalie as reações e falas sem ocorrer um real desvinculo.

Interpretação dos sonhos

Tanto Freud quanto Jung falam sobre o poder dos sonhos na vida humana, como uma forma de entender a psique, aquilo que está no interno do inconsciente.

Logo, é uma abordagem comum na psicanálise. Basicamente, o paciente fala dos seus sonhos. A partir disso, são notados padrões ou símbolos escondidos que refletem ou influenciam o inconsciente de alguma maneira.

Para quem é indicada a psicanálise?

Na prática, qualquer indivíduo pode escolher fazer sessões de psicanálise. Ou seja, não possui qualquer contraindicação.

Então, se você sente que precisa compreender ou mudar alguma coisa, mas não sabe como fazer isso, nota sinais importantes ou que prejudicam a sua rotina, pode buscar esse suporte psicológico.

Assim, você compreende melhor seus sentimentos, medos, traumas, comportamentos e todo o seu emocional.

Vale destacar que, nem sempre essa abordagem funciona para todos. Afinal, é indispensável manter a mente aberta para o formato de atuação, já que a descrença não vai lhe ajudar a ter uma melhora em qualquer que seja o seu quadro.

Justamente por isso, é indicado começar a terapia e realmente se esforçar para tal. Mas, se notar que as sessões não tem o efeito ou “rumo” que espera, você pode migrar para outra abordagem.

Na Fepo, você conta com sessões de terapia pensadas especialmente para você. Procure na nossa plataforma o profissional que melhor encaixa com seus anseios e desejos e marque uma consulta online! Se conhecendo melhor, sua vida também melhora.

Psicanálise: mitos e verdades que você deveria conhecer

Por fim, separamos alguns dos principais tópicos que surgem como os psicanalistas e que merecem um pouco mais de atenção. Isso porque, existem mitos e verdades que circulam na rede ou mesmo no cotidiano. Muitos impulsionados por ideais bastante antigos.

1# O psicanalista acha que tudo é culpa dos pais

Um dos mitos clássicos dessa abordagem e totalmente relacionado com uma estrutura de ficção.

De acordo com a psicanálise, o ser humano é construído a partir da história, dos encontros, memórias e interpretações. O mesmo vale para censuras e edições.

Assim, os pais estão na sua história desde o início e possuem uma representação importante, inclusive na sua construção como sujeito.

Mas isso não significa que tudo é culpa dos pais. Porém, eles são um meio para compreender melhor algumas coisas, recuperar coisas esquecidas e iniciar o processo de cura.

2# O tratamento nessa abordagem é longo

Verdade.

Ao contrário de outras abordagens, que focam em resoluções rápidas, a psicanálise é de longo prazo. Muitas vezes, os adeptos, passam a vida toda indo a sessões.

Isso acontece por essa abordagem compreender que não há uma pílula da felicidade, que tudo é inconstante, que o inconsciente sempre tem mais coisas a serem desvendadas.

Simultaneamente, na psicanálise, nenhuma solução é instantânea e as respostas não precisam ser rápidas. Afinal, o método foca em uma busca contínua, avaliações e interpretações.

3# O psicanalista sempre tem uma interpretação sexual das coisas

Em partes, é verdade.

A abordagem psicanalítica tem uma influência gigante das coisas sexuais. Principalmente por ser humano ter desejos que nem sempre são compreendidos ou aceitos.

Por outro lado, não se trata apenas de sexual (com essa ideia de sexo), mas sim de satisfação, de prazer. Afinal, tudo isso causa uma série de sensações importantes. Como quando você conquista algo que queria há anos.

Sendo assim, o sexual da psicanálise também está associado aos prazeres gerais do ser humano, a admiração e mais. Logo, existem diversos aspectos distintos, interpretações, histórias e coisas que estão no inconsciente (e que talvez nunca venham à tona).

4# O profissional da área é distante e frio com os pacientes

Completamente relativo.

Essa percepção de frieza e distância é uma questão pessoal. Isso porque, envolve não apenas a sua expectativa em relação ao atendimento, mas experiências anteriores e sua própria história.

Aqueles que estão habituados com terapeutas que conversam diretamente olhando nos olhos, respondem a questões de forma direta ou mesmo que buscam um tipo de afeição e contato, vão estranhar o psicanalista.

Isso porque, esse profissional considera que a principal ferramenta das sessões é a escuta. Por isso, é você quem deve falar, não ele.

Ao mesmo tempo, não é ele quem responde as questões, mas indaga você diante daquilo que surgir, uma maneira de buscar respostas.

Fora tudo isso, existem as linhas de atuação.

Os psicanalistas lacanianos, geralmente mantém uma distância maior do paciente e uma postura impessoal. São esses que não respondem nenhuma questão, não falam sobre si e nem emitem qualquer tipo de opinião.

Já os seguidores de Freud, são levemente mais clássicos, com um comportamento neutro, que indagam e tendem a fazer mais perguntas.

5# Não existem comprovações de que a psicanálise é efetiva

Mito.

Ainda que existem discussões sobre a abordagem, há diversos estudos que mostram a eficiência psicanalítica para os seres humanos, mesmo em tratamentos bastante complexos.

O que pode acontecer é que, como o ser humano é impaciente, tende a buscar respostas rápidas e resoluções “para ontem”. E não vão encontrar isso por aqui.

Daí a importância de entender como funciona e realmente aderir ao tratamento, independentemente de qual abordagem escolher.

Neste cenário, a psicanálise é tão eficaz quanto outras abordagens, mas funciona em um tempo, método e em aspectos distintos. Então, é recomendável que você converse com o psicanalista e fale abertamente sobre a sua busca. Ou seja, aquilo que espera que aconteça, bem como suas necessidades.

Saúde mental e mente humana

Sigmund Freud foi o criador da teoria psicanalítica e buscava curar doenças de sua época como a histeria. Atualmente, os psicanalistas utilizam psicanalistas mais atuais, como Jacques Lacan e Melanie Klein ou até mesmo Carl Jung com sua Psicologia Analítica, como alicerce para fazer o atendimento clínico.

Entretanto, você não precisa ser um psicanalista para trabalhar com essa abordagem, porque os psicólogos podem fazer uso na psicoterapia com seus pacientes, afinal a psicanalise busca conhecer também as pessoas e seu comportamento humano.

Enfim, essa é uma profissão que visa promover a saúde mental dos pacientes e sua carreria é desenvolvida dentro da área das ciências humanas.

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Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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