Quetiapina – A importância da abordagem multidisciplinar

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Se você ouviu falar sobre essa medicação, recebeu um diagnóstico e receita médica, ou simplesmente está pesquisando na rede, é melhor ter um pouco mais de atenção. Afinal, ao pesquisar a palavra “quetiapina” no Google, o primeiro resultado diz “usado por pacientes com transtorno bipolar e esquizofrenia”.

Entretanto, essa informação é rasa demais e não traz de forma verdadeira tudo o que esse fármaco causa, quais são as reais indicações, contraindicações, efeitos colaterais e mais.

Assim, é preciso ir além do que os motores de busca popularmente oferecem e seguir com uma leitura mais completa. Afinal, esse é um medicamento com quatro classificações.

Quetiapina

Portanto, vamos entender para que serve, porque esse remédio altera o sono e outros aspectos essenciais sobre o assunto.

Para que serve a Quetiapina?

A história da quetiapina começa em 1985, com o seu desenvolvimento no Laboratório AtraZeneca. Entretanto, só em 1997 que a aprovação aconteceu nos Estados Unidos e, três anos depois, na Alemanha.

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Ou seja, o caminho até o mercado foi longo. Mas, quando chegou ao mercado com o nome Seroquel, ganhou os holofotes.

Dessa forma, essa medicação é classificada em quatro categorias: antagonista da serotonina-dopamina, antipsicótico atípico, antipsicótico de segunda geração e estabilizador de humor.

Assim, é usado, principalmente, para tratamentos de transtorno bipolar afetivo ou esquizofrenia. Em alguns casos específicos, também pode ser indicado para depressão e insônia, com ressalvas. 

Cabe destacar que esse remédio atua nos sintomas típicos desses transtornos, como as alucinações, delírios, falta de ânimo, irritabilidade, perda de contato com a realidade, ente outros.

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Geralmente, é eficaz por evitar as alterações bruscas no humor, aquela depressão seguida de um pico de euforia.

Decorrente disso, é usado para controle de sintomas da ansiedade generalizada, insônia e depressão. Algo que não está descrito na bula, caracterizando-o como off label.

Por fim, pode ser usada para potencializar outros medicamentos/antidepressivos. Principalmente em diagnósticos de depressão grave ou associada a bipolaridade.

Como esse remédio age no corpo?

A atuação desse remédio acontece quando há um desequilíbrio nos neurotransmissores cerebrais. Ou seja, atua bloqueando a dopamina e reduzindo sintomas de impulsividade, dificuldade para dormir (geralmente ocasionada por ansiedade), irritabilidade e outros, na região central.

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Já na região frontal do cérebro, a quetiapina atua liberando o neurotransmissor. Desse modo, reduz as mudanças de humor, melhora o foco e concentração, bem como atua na afetividade.

Nos diagnósticos de esquizofrenia, esse fármaco funciona como regulador. Portanto, reduz as alucinações, equilibra os níveis de ansiedade e energia.

Em resumo, tudo isso melhora a qualidade de vida, proporcionando melhor sensação de bem-estar.

Porque a Quetiapina dá sono?

Sendo uma medicação “popular” em tratamentos para insônia, esse fármaco facilita a indução ao sono. Isso acontece devido essa regulação, na tentativa de equilibrar os neurotransmissores.

Geralmente, a sonolência acontece nas primeiras semanas de uso, no período de adaptação do organismo. Por isso é usado o hemifurato.

Após essa adaptação, há sinais de estabilidade, facilitando a indução correta do sono. Lembrando que é um remédio usado, geralmente, em dose única.

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Dessa forma, é importante não pausar/parar o tratamento sem supervisão médica. Já que isso compromete todo o tratamento e afeta a qualidade de vida.

Quando é contraindicado?

A principal contraindicação da quetiapina é para gestantes e/ou lactantes. Como outros medicamentos, pode causar problemas na gravidez, alteração no leite e demais fatores.

Da mesma maneira, o ideal é evita esse fármaco em pacientes hepáticos, doentes cardíacos, em casos de retenção urinária, quando há problemas na visão (como catarata), bem como epilepsia.

A esquizofrenia infantil é rara, mas acontece. Geralmente, os sintomas que permitem o diagnóstico começam a acontecer no início da fase adulta, por volta dos 13 a 17 anos.

Neste aspecto, a quetiapina é contraindicada em crianças com quadros de esquizofrenia menores de 13 anos. Além disso, menores de 10 anos diagnosticados com transtorno bipolar não devem seguir tratamento com essa medicação.

Nesses casos, se faz necessária uma observação clínica para entender melhor os fatores, progressão de sintomas e outros tratamentos medicamentosos.

Nos idosos, a quetiapina é pouco recomendada por causar aumento na sonolência. Por ser um público mais susceptível a quedas e baixa concentração, isso pode se tornar um problema. Aumentando os traumas.

Já os demais casos devem ser analisados com cuidado, realizando um estudo profundo do paciente, necessidades, alergias e possíveis reações adversas.

Quais os perigos da Quetiapina?

Primeiramente, cada caso deve ser avaliado de forma cuidadosa, para seguir com o melhor tratamento considerando as características do paciente.

Em casos raros ou quando usado sem orientação/cuidado médico, a quetiapina pode ocasionar dificuldades na movimentação e fala, alterações erradicas de humor e boca seca.

Os perigos da medicação envolvem efeitos colaterais. Definidos como reações adversas e indesejadas que surgem após o início de algum tratamento, geralmente medicamentoso.

Na hemodiálise, por exemplo, é comum a queda da pressão arterial, câimbras e dores de cabeça. Já na quimioterapia, os efeitos mais recorrentes incluem a queda de pelos/cabelo, náuseas e vômitos, sensibilidade, fraqueza, entre outros.

Assim, as reações desse medicamento podem ou não ocorrer, dependendo de uma série de fatores. Em alguns casos, os sintomas surgem com o início do tratamento, mas estabilizam/somem a partir da adaptação orgânica.

Em outras palavras, após um período, o paciente passa a se sentir bem e não sente mais os efeitos.

Desse modo, os efeitos mais comuns da quetiapina incluem:

  • Constipação;
  • Boca seca;
  • Lentificação psicomotora;
  • Aumento do colesterol total;
  • Visão turva ou borrada;
  • Retenção urinária;
  • Tonturas;
  • Fadiga;
  • Disfunção sexual;
  • Alteração no peso;
  • Sonolência excessiva;
  • Movimentos involuntários.

Vale destacar que alguns antipsicóticos, incluindo este, tem sido estudado e associado a Síndrome Neuroléptica Maligna. Essa síndrome é caracterizada por sintomas como: aumento da temperatura corporal, distúrbios mentais e rigidez dos músculos.

Além disso, existem casos em que altera a fertilidade feminina de forma temporária.

Diante de todos esses possíveis efeitos, é essencial fazer um acompanhamento e conversar com o médico diante de dúvidas, sintomas e reações. 

Atenção!

Em casos raros a medicação provoca hipoglicemia, desmaios, convulsões e quadros de discinesia tardia. Sendo este último movimento involuntários repetitivos, como caretas, piscar, trejeitos, etc.

Quem tem ansiedade pode tomar Quetiapina?

Na prática, esse remédio pode ser indicado em diagnósticos de transtorno de ansiedade generalizada. Ajudando a reduzir os sintomas e crises, bem como melhorando o equilíbrio para reduzir a irritabilidade.

Decorrente dos efeitos, potencializa a ação de outros antidepressivos e oferta mais ânimo para o paciente.

Ao mesmo tempo, pacientes ansiosos costumam ter uma mesma queixa: dificuldade para dormir.

Quetiapina

Frequentemente, não é a principal medicação recomendada. Mas pode ser associada a outro remédio ou, quando outros tratamentos não surtiram o efeito esperado.

Sendo assim, a quetiapina pode ser indicada para ansiedade. Mas, se tiver dúvidas quanto ao uso, converse com os profissionais que acompanham o seu caso.

Riscos de abandonar o tratamento

Abandonar qualquer tratamento pode causar uma série de problemas para o paciente, familiares e amigos. Afinal, essa parada brusca representa uma alteração química e orgânica, que afeta o estado mental, psicológico e físico.

Via de regra, nenhum paciente deve abandonar qualquer tratamento sem conversar com o médico responsável pelo caso. Afinal, com essa parada brusca, vários efeitos podem ocorrer.

Aqueles que já tem um histórico de insônia, a parada brusca pode agravar o quadro, causando crises de ansiedade e cansaço excessivo.

Em outros casos, quando usado para estabilizar o humor e reduzir os sintomas da esquizofrenia. Abandonar o tratamento pode elevar os delírios, causar alterações bruscas no humor, agressividade e mais.

Na prática, abandonar o tratamento causa prejuízos significativos para a saúde, estabilidade, aumenta as chances de crises e agrava o estado geral do paciente.

No âmbito psicológico esse abandono é bastante confuso e causa traumas profundos, que prejudicam a saúde mental do indivíduo. Em simultâneo, todos aqueles que tem proximidade com o paciente, ficam frustrados e sem saber qual direção tomar.

Isso acontece porque parar o tratamento faz com que todos aqueles sintomas que, antes eram controlados com medicação, retornem a rotina. Em casos frequentes, ficam mais evidentes. Afinal, já havia um hábito de que eles não “existiam”.

Imagine um paciente diagnosticado com esquizofrenia que inicia o tratamento e apresenta um quadro estável, retornando as atividades e ao convívio com os demais.

Entretanto, quando abandona o tratamento, as crises e delírios retornam a uma rotina onde não mais existiam. Isso provoca o sujeitos, e os demais, que “desaprenderam” a como lidar com aquilo. É como se, ao tratar o transtorno, todos se esquecessem que ele um dia existiu.

Física e mentalmente

Neste cenário de parada do fármaco, há um impacto significativo desde o primeiro dia, agravado com o decorrer do tempo. Na prática, é como uma crise de abstinência: enquanto ainda há resquícios da substâncias no organismo, os efeitos são mais leves, conforme saem do corpo, os efeitos se agravam.

Fisicamente, todos esses efeitos são exaustivos e provocam um dano interno, onde o corpo tenta se readaptar, buscando um equilíbrio. Porém, como existe essa desarmonia dos neurotransmissores, o organismo não supre aquilo que “falta”.

Em outras palavras, o corpo não consegue produzir a substância e o desequilíbrio continua.

Por isso, é comum que, ao abandonar o tratamento, os pacientes apresentem um aumento nos batimentos cardíacos, sudorese, alterações no apetite e no sono, dores musculares, cefaleia, etc.

Mentalmente, há uma briga que pode trazer diversos pensamentos à tona. Desde a ideia de que o “remédio não funciona” até um “não tenho saída dessa situação”. Logo, o paciente se sente frustrado, perdido e desolado. Dependendo do quadro, essas emoções são ainda mais desgastantes e progridem rapidamente.

As famílias, amigos, cuidadores ou outros que tem proximidade com esses pacientes também sofrem com o abandono. Afinal, nem sempre conseguem “obrigar” a continuar com o fármaco, gerando a culpa ou um bloqueio emocional.

Em muitos casos, tentam agir racionalmente quando o paciente já se encontra em uma crise substancial e podem pensar que não há mais nada a ser feito.

A importância da terapia nos tratamentos

Os transtornos são caracterizados como condições mentais e/ou psicológicas que comprometem a vida natural de um indivíduo. Sendo assim, são marcadas por alterações, de leves a graves, que podem agravar com o tempo.

No caso da quetiapina, os principais transtornos que utilizam essa medicação são o transtorno bipolar afetivo e a esquizofrenia.

Essas duas condições diferem drasticamente entre si e possuem quadros específicos, que exigem cuidados e intervenções precoces.

Assim, na esquizofrenia, dizemos que a terapia funciona como suporte. A ideia é criar um vínculo de saúde mental para que o indivíduo consiga buscar ajuda e melhorar aspectos da rotina.

Da mesma forma, permite a criação de esquemas que vão ajudar a identificar momentos de crise ou fatores que desencadeiam sintomas importantes. Logo, será mais rápido e efetivo a busca por ajuda, bem como para evitar o abandono do tratamento.

Já no transtorno bipolar afetivo, a terapia segue um esquema para redução das manias, identificação de gatilhos e controle das emoções/alternância entre depressão e euforia.

Muitas vezes, esses pacientes sofrem com a impulsividade e as consequências das decisões tomadas em um pico emocional. Logo, existem manejos para evitar que isso persista, bem como para controle de danos.

Em ambos os casos, há um processo de psicoeducação. Ou seja, ensinar o indivíduo e terceiros sobre a condição que ele tem, para compreender o quadro. Através dessa compreensão, os episódios são reduzidos e há uma melhora na interação e qualidade de vida.

Portanto, é a terapia que vai proporcionar essa autoavaliação, melhorias e adaptações que tornam possível uma vida comum, em sociedade.

Terapia familiar

Os familiares, amigos e cuidadores de pacientes esquizofrênicos e/ou bipolares, entre outros, também devem aderir ao tratamento terapêutico.

Na prática, as sessões permitem uma válvula de escape onde esses indivíduos conseguem se abrir sem o medo do julgamento. Além disso, evita a sensação de ser ingrato, ter culpa por tudo ou estar perdido em meio a diagnósticos e cuidados.

A terapia dos familiares proporciona ensinamentos indispensáveis que promovem o bem-estar geral e equilíbrio.

Ademais, o terapeuta pode ajudar você a elevar a autoestima do paciente, saber como agir diante de situações adversas, combater a raiva, bem como evitar que o tratamento seja abandonado.

Por fim, fazer terapia é reduzir a sobrecarga para que todos tenham uma vida mais saudável e feliz.

Então, confira todos os profissionais Fepo e agende a sua sessão onde estiver, no melhor horário e dê o primeiro passo no ato do cuidado!

Dicas para uso de fármacos

Enfim, existem algumas dicas importantes que os pacientes devem receber de forma contínua, como um lembrete, que podem auxiliar na prevenção de acidentes.

Aproveite para conhecer os profissionais Fepo e inicie um tratamento terapêutico com os melhores profissionais quando puder, sem sair de casa ou onde estiver.

Melhorar não significa parar com a medicação

Em resumo, se você começa a se sentir melhor após um tratamento, significa que está funcionando. Entretanto, muitos param com o remédio justamente nesse ponto.

O mesmo acontece em doenças simples. Quando fica com a garganta infeccionada, toma os remédios e cuidados até notar uma melhora, e então para. Geralmente, quando isso acontece, a inflamação fica ainda pior.

Essa atitude equivocada é bastante problemática e pode trazer uma série de danos para a sua saúde, já que compromete todo o trabalho até ali, que precisa ser reiniciado.

Além disso, pode agravar a saúde geral do paciente, fazendo o tratamento ficar mais difícil, elevando as manias e casos de depressão.

Não deixe de tomar o remédio por “crenças” de terceiros

Todos os indivíduos que já passaram por algum tratamento de saúde sabem que sempre surgem pessoas que tem muito a “dizer sobre aquilo”. Geralmente, são esses que criticam os remédios, médicos, cuidados tradicionais, etc.

Você já deve ter escutado alguém dizer que bastava “acreditar” que a “cura” seria alcançada, que mais valia comer bem que tomar remédios ou mesmo que a resposta estava nos tratamentos alternativos. Como meditação, yoga e auriculoterapia.

Porém, é extremamente importante ter cuidado com todos esses comentários, para que eles não o afetem.

Em suma, só deixe de tomar o remédio por indicação do seu médico, converse com o psiquiatra sobre medos e incertezas, dúvidas e efeitos colaterais. Apenas com o seu médico.

Importante

As terapias alternativas, em alguns casos, podem ser benéficas. Entretanto, não substituem o tratamento tradicional.

Logo, converse com o seu médico sobre isso, veja quais são as adaptações necessárias, mudanças na rotina, dosagem, etc.

Tenha um despertador para tomar o remédio sempre no mesmo horário

Os remédios funcionam em uma linha: ao tomar, começam o efeito, tem um ponto de pico e depois vão perdendo a “força”. Justamente por isso, nos tratamentos, precisamos manter a ingestão por algum período ou de forma regular.

Logo, quando os efeitos já estão no ponto baixo, a dose precisa ser reposta. Por isso, é importante sempre tomar no mesmo horário, reabastecendo os níveis orgânicos e trazendo o equilíbrio necessário.

Quetiapina

Como a rotina é repleta de atividades, nem sempre é fácil lembrar tudo o que precisa ser feito. Neste aspecto, é essencial ter um despertador para lembrar o horário da medicação.

Principalmente no início do tratamento, isso vai ajudar a manter ordem na rotina, para que os efeitos sejam notados, bem como para evitar sintomas de abstinência, que podem surgir quando o tratamento não é seguido corretamente.

Hemifumarato de quetiapina e transtorno afetivo bipolar

Para utilizar o hemifumarato de quetiapina no tratamento dos episódios de mania do transtorno afetivo é necessário a prescrição médica. A ingestão dos comprimidos é feito via oral. É necessário se atentar para os efeitos colaterais.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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