Transtorno de Imagem – Sintomas e tratamento

O Transtorno de Imagem é uma condição que afeta em torno de 2% da população mundial. Com isso a estimativa é que 4 milhões de pessoas, só no Brasil, tenham esse diagnóstico.  

Entretanto, só nos últimos anos que o assunto se tornou mais acessível e popular, principalmente por meio das redes sociais.

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Assim, da mesma maneira que as mídias impactam a forma como as pessoas se veem, levando a uma cobrança excessiva e a expectativa de uma “realidade inatingível”, tudo isso permitiu a disseminação de informações. Com esses dados, é possível começar a mudar a realidade.

Pensando nisso, separamos aqui as principais questões sobre o tema que você precisa saber. Boa leitura!

O que é o Transtorno de Imagem?

Tendo como nome clínico Transtorno Dismórfico Corporal, esse transtorno está relacionado com uma preocupação excessiva e/ou exagerada com a própria imagem.

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Com isso, o paciente se volta para as próprias falhas ou defeitos, incluindo aspectos imaginários e até “insignificantes” para outros, dando uma importância gigante para tal.

Frequentemente, atinge indivíduos entre 15 e 30 anos, mas há diversos casos de crianças e idosos com o transtorno.

Há alguns anos, a atriz Bruna Marquezine falou sobre o tema em uma sequência de vídeos nos stories de sua rede social. Na época, ela falou sobre a cobrança, uso de medicamentos para perder peso, a observação sobre o próprio corpo e mais.

Na prática, essa visão distorcida da realidade acabar por agravar o quadro, levando a um sofrimento psicológico, bem como a medidas graves.

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Logo, é comum que os pacientes tenham uma série de consequências físicas e mentais.

Essa condição é marcada por o paciente ver coisas que outros não veem de maneira obsessiva. Assim, é comum passar horas em frente ao espelho, buscam tratamentos e profissionais, desenvolvem episódios depressivos e ansiosos, etc.

Importante

Essa preocupação excessiva, na maioria dos casos, desencadeia hábitos que comprometem a saúde, bem-estar e qualidade de vida.

Na maioria das vezes, os pacientes desenvolvem transtornos alimentares, como anorexia e bulimia.

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Causas

O Transtorno de Imagem causa uma série de debates sobre os motivos que levam a essa condição.

No geral, esse quadro de dismorfia envolve algumas características, como familiares próximos. Ainda que não tenham questões genéticas diretas, quando um familiar tem essa condição, pode transferir essa preocupação para outros.

Por exemplo, há genitores que começam a falar, desde muito cedo, sobre a necessidade de seguir dietas, ter o corpo perfeito, fazer isso ou aquilo. Essas questões podem internalizar em outras pessoas de diversas maneiras.

Entretanto, o principal ponto de atenção é a autoestima.

Sempre que um indivíduo tem uma questão com a própria imagem, isso pode desencadear ansiedade, estresse, depressão e uma preocupação excessiva.

Além disso, especialistas e pesquisas mostram que há diversos fatores associados, como traumas, bullying, reações neurológicas, bem como o ambiente como um todo.

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Enfim, a incidência tem se tornado mais comum no público jovem, a partir dos 9 anos, bem como nas mulheres após a menopausa.

Era digital

Não há como negar que a era digital impactou diretamente na maneira como a “beleza” é divulgada.

Basicamente, ficou mais fácil apresentar o que seria o ideal, fazer campanhas, promover produtos e ideias, etc.

Simultaneamente, os feeds transmitem uma realidade parcial e artificial. Isso significa uma vida de aparências, onde tudo é lindo, fácil, padronizado. 

Atualmente, há diversas pesquisas que apontam sobre a influência das mídias e redes sociais na autoimagem e no desenvolvimento de transtornos.

Sintomas do Transtorno de Imagem

Sempre que falamos em sintomas, é necessário ter cuidado e compreender que há aspectos variáveis. Principalmente por cada um ter sua individualidade.

Diferentemente da depressão, esse transtorno tende a “esconder” os sinais de tristeza, mascarando-os com uma preocupação com a imagem. Afinal, você vê aquela pessoa bem-vestida, limpa, comprando coisas e mais (aspectos contrários ao que popularmente a depressão apresenta).

A partir disso, alguns sinais que notamos nesses pacientes incluem:

  • Gastos excessivos com produtos de beleza;
  • Procura por procedimentos e tratamentos constantes;
  • Olhar-se no espelho repetidas vezes;
  • Fala sobre insatisfações, mesmo que só ele as veja;
  • Questiona sobre a autoimagem;
  • Comparações excessivas e irreais com outras pessoas;
  • Busca contínua por um “padrão perfeito”;
  • Sintomas de ansiedade;
  • Mudanças na personalidade, na alimentação e no humor;
  • Alterações no sono;
  • Uso de substâncias: desde álcool, drogas, remédios para emagrecer e outros.

É válido destacar que o Transtorno de Imagem está amplamente associado a outras condições médias e doenças.

Assim, esses pacientes passam por um tratamento e acompanhamento para evitar novas incidências, quadros de depressão grave, fobias, outros transtornos e assim por diante.

Tratamento

O tratamento para Transtorno de Imagem é iniciado após um diagnóstico clínico, observando os sintomas, bem como os prejuízos que isso causa no aspecto mental, emocional, físico e social.

Por isso, o processo terapêutico é a base para mudar essa história.

Em alguns casos, são necessários cuidados medicamentosos, envolvendo um acompanhamento psiquiátrico. Principalmente quando há quadros de ansiedade e depressão graves.

Na maioria dos casos, a abordagem usada é a terapia cognitivo-comportamental, por ter uma ação mais imediata em tarefas e medidas de controle/segurança.

Assim, há uma série de medidas importantes a serem adotadas, como:

  • Entender e evitar seguir determinados padrões;
  • Reduzir o uso de redes sociais;
  • Desenvolver um pensamento mais saudável sobre a realidade;
  • Compreender como isso afeta a sua rotina;
  • Definir hábitos que devem ser eliminados e aqueles que devem ser estruturados;
  • Começar um processo de pensamento mais saudável;
  • Entender e cuidar dos pensamentos intrusivos, etc.

O formato do tratamento e a maneira como tudo irá acontecer, é variável, personalizado a partir do seu quadro. Por isso, consulte um profissional para começar a cuidar de si.

Casos famosos de Transtorno de Imagem

Há diversos casos importantes na mídia que podemos trazer como exemplo aqui.

Entre os mais significativos está o do Rei do Pop. Michael Jackson relatou o tema em diversas entrevistas, principalmente relacionado ao seu nariz. Não há toa, passou por diversas cirurgias.

Devido ao vitiligo e o transtorno, ficou obcecado em igualar o tom da pele, passando por vários procedimentos clareadores.   

O cantor Shawn Mendes também falou sobre o assunto, dando destaque a imagem “impecável” na qual aparecia nas campanhas e em como não se reconhecia nas fotos.

Megan Fox também falou sobre sua dismorfia e um processo eterno de autoaceitação por nunca se sentir bem na própria pele.

E a lista é gigante. Nomes como Demi Lovato, Alice Wegmann, Bruna Marquezine, Fernanda Souza, Lucas Lucco e tantos outros já vieram a público compartilhar parte de suas histórias.

Assim, mesmo aqueles famosos que são o “padrão a ser seguido”, mostram que essa cobrança é contínua e alertam sobre os impactos causados na vida pessoal, social e profissional.

Cuidados: como notar os primeiros sinais

Por fim, há alguns cuidados e medidas capazes de ajudar a identificar os sinais iniciais de um transtorno de imagem. Com isso, você inicia um processo de autocuidado imediato, evitando a progressão dessa condição.

Alimentação

A alimentação é um dos principais pontos de atenção quando falamos no transtorno de imagem. Principalmente por haver uma relação com os transtornos alimentares.

Inclusive, essa condição que afeta a autoimagem é um fator de risco para compulsões alimentares, anorexia, bulimia e tantos outros.

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Na prática, a baixa autoestima dessa condição aliada a busca pela “perfeição” traz um desconforto contínuo com o próprio corpo. Dessa forma, a maioria dos pacientes tem como enfoque a alimentação, para emagrecer.

Entre os sinais mais comuns aqui está a contagem de calorias, restrições alimentares, preocupação irreal com quantidade, deficiência no valor nutricional, etc.

Impactos no gasto de tempo

O transtorno de imagem causa um grande impacto na maneira como você gasta o tempo. Com isso, é uma maneira eficaz de notar os primeiros sinais dessa condição.

Em síntese, você começa a passar mais tempo autoavaliando suas características, em frente ao espelho, fazendo comparações, olhando redes sociais ou “fontes de inspiração” e assim por diante.

Há casos em que os pacientes ficam horas buscando tratamentos que podem ser realizados, cirurgias e mais.

Uma dica aqui é começar a estabelecer limites e observar como essas coisas acontecem, os sentimentos aliados a isso e assim por diante.

Mudanças a nível social, profissional e pessoal

Entre os cuidados para identificar os primeiros sinais de transtorno de imagem as mudanças que isso causa em todos os níveis da sua vida estão entre os destaques.

No pessoal, há um rebaixamento na autoestima e confiança, questionamentos constantes sobre si, vergonha, ansiedade, estresse, etc.

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Pensando no nível social e profissionais, há comparações constantes, muitos perdem o emprego e eventos, deixam de participar de reuniões, ficam se questionando por dias/horas preocupados com roupas e adereços. Tudo isso desencadeia uma série de outros problemas.

5 perguntas para fazer a si mesmo

  • Quanto tempo gasta por dia pensando nas suas falhas, defeitos e coisas que quer melhorar?
  • Essa preocupação afeta sua vida pessoal ou profissional, causa atrasos e outros problemas?
  • Você se compara frequentemente com outras pessoas, mesmo aquelas completamente fora da sua realidade?
  • Procura formas de esconder seus defeitos, seja com maquiagem, roupas ou usando apps de imagem?
  • Mudou a sua rotina por conta dessa autoavaliação, deixando de sair, se relacionar ou mudando coisas que gostaria de fazer?

Enfim, para saber mais, conferir dicas e novidades ou agendar a sua primeira sessão e começar a jornada para o bem-estar, confira o Blog Fepo.

Felipe Laccelva

Felipe Laccelva

Psicólogo formado há mais de dez anos, fundador e CEO da Fepo. Fascinado pela Abordagem Centrada na Pessoa, que tem a empatia como eixo central para transformar o ser humano. Sempre buscou levar a psicologia para mais pessoas e dessa forma criar um mundo mais saudável e acolhedor.

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